Banho de água fria, greve, desencontro, falta de dinheiro, saudade, gente chata, trabalho, problemas, embolado no peito... vontade de dormir e acordar só depois de amanhã.
O amor é uma merda, e eu vivo muito bem sem ele. Pelo menos não me decepciono, não me frustro e tampouco me magôo. Simplesmente não quero ter que precisar domesticar o meu olhar. Afinal, já disse, tenho vivido muito bem sem o amor e seu rosário de nãos. E posso dizer sem medo. A aversão à tecnologia mantém muita gente longe daqui. Mais um não, não?
Eu ia começar dizendo que é engraçado, mas mudei de idéia. Porque não é. É apenas um vício de começar frases com essa definição. Reparei que tenho falado muito assim ultimamente.
Não é engraçado porque é triste. Parece mesmo que eu vivo de paradoxos. Gente que i love to hate. Gente que i hate to love. Ok, Erasure é bom mesmo às avessas na boca de duas amigas com uns vinhos a mais. Ao menos sempre dá pra pular.
Nessa de hate/love, love/hate, é que eu me lasco. Principalmente quando esse nó dá de cara com convicções e dúvidas. Medo de remexer no que está quieto e estragar o que não sabe se é remendo ou cura. O que antes era saudade agora é uma trsiteza, uma mágoa.
Tem a saudade que se acaba de repente. Não, não foi o amigo que voltou, o amor que apareceu. Se acabou de decepção, de desconfiança. Sabe aquele amigo que aos poucos foi-se chegando, se identificando e parecendo o mais gente-boa dos gente-boas? E justamente por ir se aproximando, você vai vendo os defeitos, as neuras... Mas acha que nunca vai sobrar pra você. Afinal ele é teu amigo. Mas um dia paira a dúvida.
E a dúvida pairou. Foi? Não foi? Não sei. A única certeza é que há alguém mentindo nessa história. Não, há outra: o amigo sumiu. Terá sido apenas pra deixar saudade? Terá sido um problema? Terá sido vergonha? Dúvida, dúvida, dúvida... Inocência ou cinismo dos piores?
E aquele amigo de quem você achou que ia sentir saudade não passa de mais um retrato por aí. Se há algo que não pode faltar entre amigos é a verdade. Quando ela não aparece, meu amor, morreu tudo de vez. Sem saudade alguma. A não ser do tempo em que eu confiava mais. E era assim mais feliz.
De todas as maneiras
Que há de amar
Nós já nos amamos
Com todas as palavras feitas pra sangrar
Já nos cortamos
Agora já passa da hora
Tá linddo lá fora
Larga a minha mão
Solta as unhas do meu coraçãao
Que ele está apressado
E desanda a bater desvairado
Quando entra o verão